Artesanato
As maiores expressões do artesanato ilhéu, sem dúvida, são as rendas de bilro e as peças de barro. Porém, também encontramos os fabricantes de cestos e balaios de palha e vime, esteiras, além dos poucos artesões que se dedicam à confecção e reforma de canoas.
Rendeiras
Santa Catarina é o segundo Estado onde mais se faz renda no País (o primeiro é o Ceará) e está em Florianópolis o maior número de rendeiras do Sul do Brasil. São títulos que pouco expressam a importância das mulheres que resistem para manter vivo o que há de mais tradicional no artesanato ilhéu. Renda é arte que se aprende com mães, avós, tias, mas que desperta cada vez menos a atenção das novas gerações. As açorianas trouxeram na bagagem um jeito de passar o tempo enquanto os maridos iam ao mar em busca do sustento da família.
Hoje, o passatempo virou atividade econômica. A renda pode ser comprada em casas de artesanato ou com as próprias rendeiras. Elas podem ser encontradas, trançando os bilros sobre esboços desenhados numa almofada, em vários locais da Ilha, como nas fortalezas, na Barra da Lagoa, no Pântano do Sul, no Rio Vermelho e na Lagoa da Conceição, onde a principal avenida presta-lhes uma homenagem: Avenida das Rendeiras.
Louças de Barro
Na Praça da Alfândega, num quiosque com várias lojinhas, está a venda um produto que já foi imprescindível na casa dos ilhéus: louças de barro. Antigamente, os oleiros sobreviviam transformando argila em panelas, bules, moringas, canecas. Na década de 70, o alumínio invadiu os lares brasileiros e as pesadas louças perderam espaço. Por sorte dos oleiros, existem pessoas que se agradam de objetos mais rústicos e que transformam as simpáticas louças em peças de arte e decoração.
Folclore
O pitoresco folclore do litoral de Santa Catarina bem como as festas e folguedos populares e a herança mística açoriana das histórias sobrenaturais permanecem vivos em diversos recantos da cidade. Isto mantêm presentes as centenárias tradições trazidas pelos primeiros imigrantes e tratam de transmitir aos mais jovens a preocupação de não deixar morrer essas práticas de caráter histórico-cultural.
Boi-de-Mamão
O mais tradicional e conhecido evento folclórico da Florianópolis é o Boi-de-Mamão, uma brincadeira que mistura dança, cantoria e batuque, similar ao Bumba-Meu-Boi do Nordeste brasileiro. Pertence ao ciclo de Natal e se estende até o Carnaval, com 16 personagens que encantam o público. A criançada se diverte com as estripulias da bernunça, um tipo de bicho-papão, e com a Maricota, uma grande boneca inspirada nos gigantes que acompanham as caravanas religiosas de Portugal. O termo tem versões diferentes. Há quem afirme derivar de uma improvisação, onde a cabeça do boi foi substituída pela fruta. Também pode ser uma alusão ao boi novo ou que mama, porque era representado por crianças que encenavam ainda sem muita agilidade. Na cidade existem grupos que se apresentam em feiras e festas populares.
Festa do Divino
Uma das mais famosas comemorações religiosas da Ilha é a Festa do Divino, que deveria acontecer durante nove dias antes de 7 de junho, mas que acabou tendo datas variadas, conforme escolha das comunidades. Surgiu na Europa, como forma de angariar dinheiro aos pobres. O altar é montado na casa de um Imperador eleito, onde a população deixa suas contribuições. No último dia de festa, um cortejo com reis, rainhas, príncipes e outras figuras passa pelas ruas, cantando ao som de violinos, rebecas, violas e tambores, a caminho da casa do Imperador, onde a bandeira do Divino ficará guardada até a próxima festa.
Procissão do Senhor Jesus de Passos
A mais importante demonstração de fé e religiosidade na Ilha é formada por várias procissões que culminam com a procissão do Encontro de Nosso Senhor Jesus de Passos com sua mãe, Nossa Senhora das Dores, em frente a Catedral. No domingo que antecede a Páscoa, após o encontro, as imagens retornam em cortejo à Igreja do Menino Deus e do Nosso Senhor dos Passos, junto ao Hospital de Caridade.
Terno de Reis
Originalmente, o Terno de Reis anunciava os dias santos ao povo simples que vivia sem calendário e relógio. A tradição se mantém, e três cantores saem sempre na véspera dos dias dedicados aos principais santos da Igreja Católica, entoando vários cânticos e entrando de casa em casa, onde são recebidos com algum alimento oferecido pelo proprietário. Haviam muitos, hoje poucos resistem, como o Terno de Natal, de Ano Novo. De Reis (6/1), de Santo Amaro (15/1), entre outros.